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jorge ben + james chance = beijo na boca

  • fernandobones
  • 21 de fev.
  • 3 min de leitura

quando eu canalizei pela primeira vez o mantena®, essa entidade do terceiro mundo astral, sabia que tinha realizado o solve et coagula de duas das coisas que há de mais sagradas pra mim: o groove inescapável do samba rock e a nóia caótica da no wave.


aproveitando a chegada do carnaval, mantena® vem então trazer o guia definitivo de como chegar na morena quando a festa começar!


o release do meu chapa de displicina, alex antunes, ficou tão incrível que vou replicá-lo aqui na íntegra, pois não poderia descrever de melhor maneira esse lançamento:


Parece que frequentemente existe uma espécie de fosso entre o que é “popular” no Brasil e o que é “pop” no resto do mundo. Não falo de popularesco não, nem lá nem cá. Mas de uma comunicabilidade desinibida, que permita mandar um recado legal sem abrir mão de uma certa riqueza de repertório, musical e poético.


O Brasil já foi um país muito foda nesse aspecto, quando tivemos o luxo de ter nas paradas Jorge Ben, Tim Maia, Mutantes, Melodia e mais um tanto de gente generosa com nossos ouvidos e com nosso fígado. É engraçado quando o Ney Matogrosso (outro milagre, ao lado dos Secos & Molhados) conta como ensinou o RPM – aquele monte de paulista desbronzeado – a ser sexy. Mas estou me enrolando.


Peguemos os termos chave: sexo, groove, desinibição. E repertório.


O assunto é Probabilidades, o segundo clipe do Mantena®, essa entidade que quer ser terceiromundista no bom sentido, ou seja, manter um triângulo amoroso saudável com a fuleiragem e com a, err, intrigância. Fazer o chakra sexual e o mental trocarem sinais animados sem a kundalini colapsar com o sobe-e-desce.


E eis que o treco soa como uma espécie de filho bastardo de Jorge Ben e James Chance (você tem repertório?). Usando o carnaval de pretexto, oportunidade e biombo para propor um (palavras deles) “guia de como chegar na morena”. Então resolvi colocar os caras à prova, com 3 questões capciosas:


P: Vocês acreditam em carnaval?


R: Sim, mas a regra é clara: abra o primeiro latão às 08h e esteja na cama às 18h. A ressaca agradece e você se protege dos espíritos obsessores da noite. E lembre-se: bloco hipster deixa Dionísio triste. Não deixe Dionísio triste.


P: Vocês acreditam em violão?


R: Sim, desde que não esteja dentro de uma roda. Ou próximo a um banquinho. Já se estiver na mão do Jorge Ben ou do Macalé, ajoelha e pede bença.


P: Vocês acreditam em paquera?


R: Claro! E podemos provar... Chega na morena e fala: "Quais são as chances d'eu depositar a minha língua dentro dessa boquinha linda?" (Não precisa me agradecer, basta mandar um pix).


Agora lembrei de outra coisa engraçada, quando minha avó, em 1975, em frente à tv que passava o festival Abertura, ficava puta da vida com o verso de um Djavan nada tortuoso, na canção “Fato Consumado”: “Eu quero é viver em paz / Por favor, me beija a boca. Que louca, que louca!”


Eu lembrar disso provavelmente fala mais de mim do que da minha avó, ou do Djavan. Mas o que eu estou dizendo? Não sei mais. Em todo caso, é foda o bagulho. Ouve lá (e não precisa me agradecer).



Ficha técnica:


Fernando Bones: compôs, tocou o violão, cantou, produziu, gravou, mixou e masterizou no Estúdio Galvani.


Miguel Javaral: tocou o baixo. Fábio de Carvalho: tocou a guitarra. Pablo Campos: tocou a bateria. Vinícius Mendes: tocou o sax tenor. Porra, Vinícius Mendes.


Fábio e Pablo também captaram as imagens. Jonathan Tadeu: editou o clipe.


Um lançamento Rubedo Discos, em parceria com Geração Perdida de Minas Gerais.

 
 
 

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